03 maio 2020

PAULO, O GUERREIRO DA LIBERDADE



                                                              Texto Gálatas 2:1-10
Por Pastor Cícero Manuel dos santos
Para Paulo, sua liberdade  Espiritual em Cristo valia muito mais do que a popularidade ou ate mesmo a sua segurança, e por isso mesmo estava disposto a lutar por essa liberdade opondo se ao legalismo judaizante.

A primeira luta de Paulo pela liberdade cristã deu-se na assembleia em Jerusalém (At 15:1-35; Gl 2:1-10); a segunda, em seu encontro particular com Pedro (Gl 2:11-21). Se Paulo não houvesse se mostrado disposto a participar dessa batalha espiritual, a Igreja do primeiro século poderia ter se tornado apenas uma seita do judaísmo, pregando uma mistura de Lei e graça. Mas, por causa da coragem de Paulo, o evangelho permaneceu livre de qualquer legalismo e foi levado aos gentios de modo extremamente abençoado.
Antes de estudarmos os três atos desse primeiro embate - a assembleia em Jerusalém -, convêm conhecer um pouco melhor os seus participantes. Claro que sabemos quem é Paulo, o grande apóstolo aos gentios.
Barnabé era um dos amigos mais chegados de Paulo. Aliás, quando Paulo tentou ser aceito pela igreja de Jerusalém, foi Barnabé quem abriu caminho para ele (At 9:26-28).
O nome Barnabé significa "filho de exortação" e sempre vemos Barnabé encorajando ("exortando") alguém.
Tito era um cristão gentio que trabalhou com Paulo e, ao que parece, conheceu a Cristo pelo ministério do apóstolo (Tt 1:4). Como um "fruto" do trabalho de Paulo entre os gentios, foi levado a Jerusalém para representar as igrejas gentias. Posteriormente, Tito ajudou Paulo visitando algumas das igrejas mais difíceis para ajudá-las a resolver seus problemas (2 Co 7; Tt 1:5).
Além deles Três e dos "apóstolos e presbíteros" (At 15:4, 6), havia um grupo de "falsos irmãos" que se infiltrava nas reuniões e tentava privar os convertidos de sua liberdade em Cristo (Gl 2:4).
Sem dúvida, alguns eram os judaizantes que seguiram Paulo por várias igrejas tentando granjear convertidos. O fato de Paulo chamá-los de "falsos irmãos" mostra que não eram cristãos verdadeiros, mas que apenas se faziam passar por servos do Senhor para manipular a congregação em benefício próprio.

Eis, portanto, os personagens. A fim de obter um relato completo desse acontecimento, Gálatas 2:1-10 deve ser lido em conjunto com Atos 15. Portanto vejamos em seguida as principais lições:
1. A reunião  especifica (Gl 2:1, 2)
Depois de sua primeira viagem missionária, Paulo e Barnabé voltaram a Antioquia cheios de entusiasmo pela forma como Deus "abrira aos gentios a porta da fé" (At 14:27). Mas os judeus legalistas de Jerusalém mostraram- se perturbados com o relatório dos dois missionários. Assim, foram até Antioquia, onde passaram a ensinar que era preciso um gentio tornar-se judeu antes de ser um cristão (At 15:1).
A circuncisão que exigiam dos gentios era um rito judaico importante, praticado de geração em geração desde Abraão (Gn17).
O que se submetia à circuncisão declarava que aceitava toda a Lei judaica e assumia o compromisso de lhe obedecer. Na verdade, o povo judeu se esquecera do significado interior desse ritual (Dt 10:16; Jr 4:1-4; Rm 2:25-29), da mesma forma como, em algumas igrejas de hoje, o batismo perdeu seu significado espiritual e foi transformado em um ritual exterior.O cristão verdadeiro passa por uma circuncisão interior do coração (Cl 2:10-11)e não precisa submeter-se a uma operação física(Fp 3:1-3).
Quando Paulo e Barnabé confrontaram esses homens com a verdade do evangelho,
0 resultado foi uma discussão acalorada.
 Quando Paulo e Barnabé confrontaram esses homens com a verdade do evangelho,
0 resultado foi uma discussão acalorada (At
1 5:2). Decidiu-se que seria mais apropriado resolver essa questão diante dos líderes da Igreja em Jerusalém.
 Ao chegar a Jerusalém, essa delegação reuniu-se em particular com os líderes da igreja. Paulo não foi a Jerusalém porque a igreja o enviou, mas sim "em obediência a uma revelação" (comparar Gl 2:1 e 1:12). Eo Senhor lhe deu sabedoria para se reunir primeiro com os líderes, a fim de que pudessem apresentar uma posição concorde na as sembleia geral. Sua conduta a caminho da assembleia mostra que o apóstolo estava plenamente convicto de sua posição (At 15:3). Sua grande preocupação era com o futuro do evangelho entre os gentios, pois esse era o ministério específico que havia recebido de Cristo. Se os "pilares" da Igreja tomassem partido dos judaizantes ou tentassem fazer um acordo de modo a agradar todas as partes envolvidas, o ministério de Paulo estaria em perigo. Seu desejo era conseguir a aprovação dos líderes antes de encarar a assembleia toda; de outro modo, havia o risco de a igreja se dividir em três partes.
   Qual foi o resultado dessa reunião particular? Os apóstolos e presbíteros aprovaram o evangelho de Paulo. Não acrescentaram coisa alguma a ele (Gl 2:6b) e, portanto, declararam que os judaizantes estavam errados. Mas essa reunião foi apenas o começo.
2. A reunião geral (Gl 2:3-5)
Em seguida, Paulo e Barnabé relataram à assembleia o que Deus havia feito no meio dos gentios (At 15:12), apresentando-lhes um relatório missionário e tanto! Os "falsos irmãos" presentes devem ter discutido com Paulo e Barnabé, mas os dois soldados da cruz não se entregaram. Paulo desejava que a "verdade do evangelho" permanecesse no meio dos gentios (Gl 2:5)
Foi uma discursão difícil para os primeiros cristãos, depois de séculos de distinção entre judeus e gentios (Lv 11:43-47; 20:22-27). Em sua morte na cruz, Jesus havia quebrado as barreiras entre judeus e gentios (Ef 2:11-22), de modo que, em Cristo, não há qualquer diferença racial (Gl 3:28). Em seu discurso na assembleia, Pedro deixou claro que havia somente um caminho para a salvação: a fé em Jesus Cristo.
Tiago, o líder da igreja, resumiu os argumentos e apresentou a conclusão da questão (At 15:13-21). Por mais judeu que fosse, ainda assim deixou claro que um gentio não precisava aderir ao judaísmo para se tornar cristão. O plano de Deus para esse tempo é "constituir dentre eles [os gentios] um povo para o seu nome". Judeus e gentios são salvos da mesma forma: pela fé em Jesus Cristo. Em seguida, Tiago pediu que a assembleia aconselhasse os gentios a não fazer coisa alguma que ofendesse os judeus incrédulos, a fim de que não se tornassem empecilho à salvação deles. Paulo venceu a batalha. Sua visão do evangelho prevaleceu na reunião particular, quando os líderes aprovaram o evangelho que pregava, e também na assembleia geral, quando o grupo concordou com Paulo e se opôs aos judaizantes.
3. A confirmação pessoal (Gl 2:6-10)
Os judaizantes queriam que os líderes da igreja de Jerusalém discordassem de Paulo. Contrastando com essa atitude, Paulo deixa claro que ele próprio não se impressiona nem com as pessoas nem com os cargos dos líderes da igreja. Claro que respeitava a liderança, pois, de outro modo, não a teria consultado em particular. No entanto, não temia as pessoas importantes nem procurava comprar sua influência. Sua única expectativa em relação a eles era que reconhecessem "a graça de Deus" operando em sua vida e ministério (Gl 2:9), e foi o que fizeram.
A assembleia não apenas aprovou o evangelho de Paulo e se opôs a seus inimigos, como também estimulou o ministério de Paulo e reconheceu publicamente que
Deus havia lhe confiado a missão de evangelizar os gentios. Não havia coisa alguma que pudessem acrescentar a sua mensagem
e, da mesma forma, não ousavam subtrair coisa alguma. Houve entendimento e consonância: um só evangelho seria pregado aos judeus e aos gentios.
No entanto, os líderes reconheceram que Deus havia incumbido pessoas diferentes de realizar ministérios diferentes. Com exceção de sua visita à casa de Cornélio (At 10) e aos samaritanos (At 8), Pedro dedicou-se a ministrar aos judeus. Paulo havia sido chamado por Deus para ser um embaixador especial aos gentios. Assim, os líderes concordaram que cada um deveria ministrar no campo para o qual Deus o havia enviado.
O "evangelho da circuncisão" e o "evangelho da incircunciso" não são duas mensagens diferentes; a assembleia já havia decidido que seria pregado somente um evangelho. O que temos aqui são duas esferas distintas de ministério - aos judeus e aos gentios. Pedro e Paulo pregariam o mesmo evangelho, e o mesmo Senhor estaria operando neles e por meio deles (Gl 2:8), mas cada um ministraria a um grupo diferente de pessoas.
Isso não significa que Paulo nunca falaria aos judeus. Pelo contrário; o apóstolo sentia um grande peso no coração por seu povo (Rm 9:1-3). Tanto que, quando Paulo chegava a uma cidade, dirigia-se primeiro à sinagoga, caso houvesse uma, e começava seu trabalho no meio do seu próprio povo. Da mesma forma, Pedro também não estava excluído de ministrar aos gentios. No entanto, cada um concentraria seus esforços no campo que o Espírito Santo havia lhe designado. Tiago, Pedro e João falariam aos judeus; Paulo falaria aos gentios (Gl 2:9b).
 Considerações finais : 
A assembleia de Jerusalém começou com uma grande possibilidade de divisão e de dissensão; no entanto, se encerrou com cooperação e concordância. "Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos!" (SI 133:1). Talvez estejamos precisando praticar

Apodi RN em 03/05/2020
Base  e referencias bibliográficas:
Bíblia Almeida revista e atualizada 
Comentário Bíblico Expositivo Warren W. Wiersbe

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