Sempre utilizo este espaço para
escrever aquilo que considero proveitoso para o bem comum, com este propósito
procuro promover a paz e a justiça social, aliás, esta é uma das finalidades do
Ministério Eclesiástico. Por isso mesmo é que todos os vocacionados por Deus
para tão nobre missão precisam manter a coerência, não só na religião, mas na
vida em geral.
Hoje não escreverei nada, além
deste convite para você ler e refletir sobre essa pérola escrita pelo Padre
Zezinho, conforme segue abaixo na íntegra. Leia e tire suas próprias
conclusões.
As pessoas, por serem
imperfeitas, costumam ser incoerentes. Algumas habitualmente, outras
eventualmente. Mas é no discurso político e religioso que a incoerência mais se
manifesta. Nada mais revelador do que as gravações de um sermão depois do outro
e de uma campanha política depois da outra.
Inerência supõe unidade
intrínseca. Aderência supõe unidade buscada e assumida. Coerência significa
unidade de pensamento e de vida. Espera-se o mínimo de abandono e de
retrocessos. Quando o discurso de agora não bate com o de ontem e muito menos
com a vida, pregador e político correm o risco de cair em descrédito. E não são
poucos os que caem. Um dia, o discurso se distancia demais da vida e da práxis.
Naquele dia, fica difícil para o pregador ou para o político reconstruir sua
carreira.
Há mudanças, algumas delas,
sinceras. Foro íntimo não se questiona, mas o resto, sim! A verdade é que quem
ontem se declarou agnóstico, hoje termina seu discurso com atos de fé e ação de
graças a Deus; quem ontem era inimigo figadal durante a disputa pelo governo,
hoje é aliado. Quem se dizia coerente, foi lembrado de pelo menos três grandes
infidelidades. Quem garantia rigidez fiscal terminou a campanha prometendo
aumentos e gastos que não explicou de que caixa os tiraria.
Quem jurou, no começo da
campanha, não atacar os adversários, terminou em soleníssimo ataque: queria os
votos do outro. Quem era demônio virou anjo e quem posava de anjo perdeu as
asinhas. Quem disse que não julgaria, julgou e quem prometeu não manipular
dados, manipulou. Mentiu e sabia que mentia.
Também nos púlpitos a doença que
era coisa do demônio, quando atingiu os familiares e membros da comunidade
virou provação de Deus; o que foi anunciado como cura e milagre, ao não
acontecer deixou de ser anunciado, nem mesmo para pedir novas preces por quem
fora dado como curado.
Quando o marketing se torna
caminho de vitória, de votos e de adeptos a qualquer preço, a mentira entra
pela porta da frente e a coerência vai embora pela dos fundos. Poucas pessoas
conseguem esta coerência. Reveja as campanhas políticas do passado e as mais
recentes; reveja as pregações das igrejas antes e depois. Um é o discurso de
quem quer chegar, e outro o de quem chegou.
Há os coerentes. E há os incoerentes.
O pior de tudo é os abertamente incoerentes abandonam amigos, partidos, igrejas
e amores sob o argumento de que tiveram que fazê-lo por questão de fidelidade a
si mesma. Só que tem que fidelidade a si mesmo sem fidelidade aos outros
tem outro nome!… Gratidão é virtude que, se faltar, bagunçará qualquer
discurso!
Artigo
publicado no site oficial do Padre Zezinho
Deus abençoe a todos,
Pastor Cícero Manuel dos Santos.
0 comentários:
Postar um comentário