
O primeiro aviador da Paraíba foi um morador de Juazeirinho, no Cariri paraibano.
Severino Nogueira, um homem de aparência e nome comuns, conseguiu ser manchete dos principais jornais do Brasil e do mundo em 2 de janeiro de 1939, ao fazer, pioneiramente, a travessia aérea entre Campina Grande e o Rio de Janeiro, à bordo de um avião remendado com arame e que, de quebra, levava um tanque sobressalente de gasolina, improvisado com uma lata de querosene. Por essas e outras razões, amigos e familiares querem homenagear o herói, tentando criar para ele um selo comemorativo.
Até aí, tudo bem. Nogueira merece este selo e muito mais. Ao conseguir a façanha aérea de cruzar 3.600 milhas sobre serras e o oceano, Nogueira foi forçado, vez por outra, a aterrissar em roças de apavorados caipiras ou nos quintais de algumas residências. Ao todo, levou 16 quedas. Mas chegou ao destino final, com muito orgulho, porém um bocado avariado - ele e o avião.
A aventura aérea de Nogueira teve início em Campina Grande, no dia 26 de dezembro de 1938, logo após a noite do Natal. Terminou cinco dias depois, no Aeroporto Santos Dumont (RJ), numa tarde chuvosa de 31 do mesmo mês e ano. O Departamento de Aeronáutica Civil quis impedir o vôo, por causa da precariedade física do pequeno Cub americano, pilotado pelo destemido juazeirinhense. Tanto mérito assim, não foi reconhecido nem na sua própria terra, pois o Museu Cultural Manoel Vital, de Juazeirinho, só dispõe de um desenho do avião pilotado por Nogueira e de nenhuma foto de nosso herói.
A única testemunha da audácia de Nogueira é uma manchete do jornal O Globo, do Rio de Janeiro, com data de 02 de janeiro de 1939, mostrando a trajetória do paraibano por uma trilha aérea de pioneiros, sem sinalização de instrumentos e marcada, apenas a olho, como se fazia na época. Consta que Nogueira utilizou uma bússola de algibeira - somente isto - para guiar-se pelos céus entre Campina Grande e o Rio de Janeiro.
Há quem defenda a hipótese de Nogueira ter realizado vôos noturnos, uma raridade para a época, só realizada por aviões de guerra ingleses, alemães e americanos. Mais: Nogueira ainda queria voltar à terrinha, pilotando seu remendado Cub, mas, desta vez, o Departamento de Aeronáutica Civil não permitiu que o aparelho decolasse. Calmo e ciente do perigo que corria, Nogueira ainda contestou. O órgão da aviação fincou o pé e deu um pito no piloto. Alegou, entre outras coisas, que o motor do avião estava amarrado com arame e que o tanque sobressalente de gasolina poderia explodir. Motivo: estava perigosamente próximo das faíscas que saíam do motor.
Atualmente, nenhum parente próximo de Nogueira mora em Juazeirinho. A família mora parte em Manaus, parte em Rondônia, segundo informações da administração do museu. "A gente vai chegar por aí em dezembro, organizar tudo direitinho e telefonar para você a fim de comunicar o dia da festa", informou Carlos, 22 anos, neto do piloto, residente em Manaus. Também da direção do museu partiu a informação de que o delegado Sonaldo Vital, da Polícia Civil da Paraíba, é o único filho de Juazeirinho que dispõe de foto e de outras informações sobre Nogueira. Sonaldo é neto de Manoel Vital, fundador do museu de Juazeirinho.Os planos do aviador iam mais longe. Ele pretendia uma viagem para a Califórnia (EUA). Mas, desta vez, em 2 de janeiro de 1939, novamente a Aeronáutica Civil intercedeu, depois que o Globo publicou a manchete: "Interditado o avião maluco". O jornal americano The Cub Flier, e outros, registraram o feito do paraibano, que morreu sem realizar seu sonho de voar, ele próprio, para fora do Brasil.
A façanha aérea de Nogueira, nunca igualada por aviadores paraibanos, completa 68 anos no próximo dia 31 de dezembro. Ele fez esta viagem de 120 horas entre Campina Grande e o Rio - hoje, em vôo direto, o percurso é de duas horas e meia - num período em que os aviões cubs estavam ainda em teste, com seus pequenos motores Lycoming ou Franklin, na época ao preço de 1.300 dólares. Daí porque a data pretende ser lembrada, para a posteridade.
Os primeiros motores deste pequeno avião foram de 50 cavalos. Depois, a potência aumentou para 65, em 1940. Enquanto Henry Ford adotou a cor amarela para caracterizar seus carros, a Pipper fez a mesma coisa. Ainda hoje diversos desses aviõezinhos amarelos ainda voam pelo mundo. Os Estados Unidos e a Austrália são os países que possuem mais aeronaves desse tipo.
Quem incrementou a venda de aviões cubs no mundo foi o Programa de Treinamento de Pilotos Civis, um órgão internacional com base nos Estados Unidos e que tinha muitos adeptos no Brasil. Nogueira era afiliado ao PTPC, que possuía filial em Patos, onde existiu um dos aeroclubes mais movimentados do Brasil, nas décadas de 1930 e 1940.
Além de ser berço do primeiro aviador da Paraíba, Juazeirinho também apresenta peculiaridades que o faz se destacar entre outros municípios do Estado, no que se refere à genialidade de seus filhos. O mecânico José Juvino da Nóbrega foi notícia nos jornais brasileiros, em 27 de setembro de 1982, ao circular nas ruas de Campina Grande, com o 007, um carro exótico, fabricado artesanalmente, na oficina São José.
Emplacado no Ciretran de Campina Grande, na categoria de Jipe, o 007 tinha chassi de jeep Willys, teto de T-4, faróis de Fiat, rodas de Dodge Dart, motor de Opala, volante e bancada de Chevette, pára-choque de Rural, retrovisor de Mercedes, vidro traseiro de Chevrolet 1962, tanque de gasolina de Kombi, transformador de luz de Volkswagen e tela de Corcel.
Quatro anos antes, o mecânico e fotógrafo Jandir Morais iniciou seu projeto de montar a moto-fusca. Com este objetivo ele adquiriu um volks velho e, após desmontá-lo, fez a remontagem em apenas duas rodas, com o motor e a polia modificados. Os telescópios foram tirados de uma moto Jawa e o tanque de gasolina acabou ampliado de 12 para 20 litros.
Dizem que a moto-fusca fazia 22 Km com um litros de gasolina e atingia até 220 Km por hora. Jandir chegou a montar outra moto com motor Volkswagen, de 1.200 cilindradas, porém de menor desempenho.
(Fonte www.vitrinedocariri.com.br)
1 comentários:
Vinhe para lhe desejar muita paz,E prometo ler mais do seu blog.
Venha á verdade que liberta,
http://wwwblogaverdadequeliberta.blogspot.com/, e diga-me como a acha.
Obrigado
Postar um comentário