02 abril 2010

O CRISTO RESSUSCITADO


A pedra removida do sepulcro é o centro da história humana, e não a cruz

Na sexta feira chamada santa, a ênfase é no Cristo morto na cruz do Calvário, imagem que ficou impregnada na tradição cristã – até porque a cruz é um dos símbolos mais utilizados para representar o cristianismo. Para muitos, a cruz passou a ser o centro da história. Sem ela, nada na vida tem significado. Seu simbolismo remete diretamente à salvação.
A salvação de todos, através do trabalho missionário e evangelístico, tem sido o objetivo de muitas denominações evangélicas. A abordagem do trabalho na Igreja tem sido, em sua grande maioria, tirar o pecador do lamaçal do pecado. Depois de convertido, o novo crente logo aprende que também deve se engajar nessa tarefa árdua de levar outros a Cristo, para que, depois de convertidos, possam estes também levar outros aos pés do Senhor, e assim por diante.
Nada de errado há, claro, com a necessidade da pregação do Evangelho e do trabalho missionário. A questão é que, quando focamos apenas a cruz e tão somente a evangelização como obra central da Igreja, deixamos de lado o que é mais importante – a vitória de Jesus Cristo pela ressurreição. Um Cristo morto é como qualquer outro líder religioso também morto, mas não ressuscitado. Um Cristo morto é apenas ignomínia, desprezo, maldição – ele se fez maldição por nós.
Se enfatizarmos apenas a cruz e a salvação, corremos o grave risco de pregarmos um evangelho antropocêntrico, que só interessa ao homem. Seria como focalizar o presente ao liberar o homem de suas angústias materiais ou apenas alimentar o desejo humano de evitar o inferno.
A ressurreição é tão importante que Cristo é declarado Filho de Deus por meio dela. A cruz foi importante; sem ela, não haveria perdão de pecados. Mas o que dá significado ao Evangelho é a obra completa que se realizou pela ressurreição. Portanto, a pedra removida do sepulcro é o centro da história humana, e não a cruz. Sem a ressurreição, nossa fé seria vã, disse o apóstolo Paulo, que também mostrou que assim como fomos crucificados com Cristo, devemos ser com ele ressuscitados em novidade de vida.
Ser salvo requer apenas o exercício do arrependimento e da fé. Mas prosseguir para assumir uma nova vida, uma vida ressuscitada, requer abnegação incondicional a cada momento. Isso é centenas de vezes indesejável – afinal, quem desejaria abandonar sua vontade, suas aspirações, seus bens e direitos, e diariamente entregá-los no altar de Jesus, conforme Romanos 12.1?
O Evangelho da cruz é mais fácil. Mas Jesus não ficou no túmulo. Será que ainda vale a pena continuar no túmulo de nossa vida?
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2 comentários:

Olá pastor, a paz esteja contigo!
Que Jesus continue lhe abençoando em seu ministério, para honra e glória de Deus!

lhe deixo o convite para me fazer uma visita, seria uma honra!
www.conectadacomjesus.com.br

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