10 dezembro 2011

Quem são os nossos reais inimigos?

O cristão tem dois tipos de inimigos: os invisíveis e os visíveis. Os primeiros são as hostes do mal, e devemos nos opor a elas (Ef 6.10-18). Os outros são as pessoas que nos odeiam por algum motivo, as quais devemos amar (Mt 5.44).



É impossível não ter inimigos. O Senhor Jesus, o Homem perfeito, também os tinha, e a maioria deles o odiava por inveja. O Mestre nunca foi inimigo de ninguém, a ponto de chamar até o traidor Judas de amigo (Mt 26.50). Ele não impediu que o Iscariotes se fizesse seu inimigo. Mas, paradoxalmente, nunca desejou ser seu inimigo, objetivamente.

O verdadeiro cristão, que anda como Jesus andou (1 Jo 2.6), não se faz inimigo de ninguém e não odeia as pessoas que se lhe opõem. Afinal, segundo a Bíblia, os nossos reais inimigos são os invisíveis: principados, as potestades, as hostes espirituais da maldade, os príncipes das trevas deste século, e não as pessoas (Ef 6.10-12).

Lamentavelmente, há cristãos (cristãos?) elegendo, equivocadamente, seus vizinhos, colegas de trabalhos e até irmãos como inimigos. E alegam ter motivos “nobres” para alimentarem sentimento de vingança e se regozijarem com o aparente fracasso dos tais. Que tipo de vida cristã é essa?

Obadias profetizou numa época em que a cidade de Jerusalém estava sob o ataque violento da Babilônia. E os vizinhos de Jerusalém, os edomitas, estavam torcendo para que os exércitos inimigos os matassem e os destruíssem, como lemos em Salmos 137.7: “Lembra-te, SENHOR, dos filhos de Edom no dia de Jerusalém, porque diziam: Arrasai-a, arrasai-a, até aos seus alicerces”.

As seguintes palavras de escárnio e desprezo, constantes de Obadias v.12, foram pronunciadas por parentes consanguíneos dos judeus: “Mas tu não devias olhar para o dia de teu irmão, no dia do seu desterro; nem alegrar-te sobre os filhos de Judá, no dia da sua ruína; nem alargar a tua boca, no dia da angústia”. Os edomitas eram descendentes de Esaú, irmão de Jacó. E, por isso, Obadias condenou os edomitas por se regozijarem com o sofrimento dos judeus.

Conclusão: os filhos de Edom, que pensavam estar comemorando uma vitória com sabor de mel, experimentaram, na verdade, uma derrota com sabor de fel: “Ah! Filha de Babilônia, que vais ser assolada! Feliz aquele que te retribuir consoante nos fizeste a nós! Feliz aquele que pegar em teus filhos e der com eles nas pedras!” (Sl 137.8,9).

Portanto, se alguém que nos tem prejudicado, de alguma maneira, está sofrendo, não devemos, como servos do Senhor, ter o prazer da vingança. As Escrituras nos ensinam: “Quando cair o teu inimigo, não te alegres, e não se regozije o teu coração quando ele tropeçar” (Pv 24.17).

Em vez de zombarmos do suposto fracasso de alguém, devemos manter uma atitude de compaixão e perdão, pois “Horrenda coisa é cair na mão do Deus vivo” (Hb 10.31). Afinal, o que estão buscando os crentes que cantam “Tem sabor de mel, tem sabor de mel” ao verem sofrendo o seu irmão (que eles consideram inimigo)?


FONTE: cirozibordiblogspot.
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